terça-feira, 28 de outubro de 2014

Comidinhas de Halloween

Quais as comidas favoritas dos zumbis?

R: Pé de moleque, dedo de moça e batata da perna!

Ahhhh... Tum Dum Psssss!



Ano passado dei algumas sugestões simples de decoração, lembrancinhas e docinhos para o dia das bruxas, lembra?

Se você ficou com sede só de relembrar, ou se você tem filhos, sobrinhos, netos, vizinhos pequenos que ainda não estão preparados para comer esta variedade de doces, este ano trouxe ideias de comidinhas salgadas e de preparações com frutas que certamente farão sucesso na festinha de Halloween!

Comidinhas salgadas

Sanduíche de pão preto com pasta de ricota, cenoura, pepino e frios com decoração em biscuit e palitinhos

Sanduíche simples de presunto e queijo com azeitonas

Torradinhas com cream cheese

Mini pizza de pão

Pimentão amarelo pequeno (com cara de abóbora!) recheado com carne moída

Curativos de bolachinhassalgadas com queijo e molho de tomate

Vassouras comestíveis de salgadinhos em palitinhos (ou grissini) e queijo

Com frutas
Muito parecidos também com os que mostrei aqui e aqui.

Picolés de frutas cor de laranja decorados com aranhas de plástico

Frankenstein de kiwi, fantasma de marshmallow e abóboras de melão cantaloupe no palito

Frutas no palito decorados com morcegos de plástico

Fantasmas de banana e abóboras de mexerica

Fantasmas de pêras flambadas... Bu!

e de morango com chocolate

Creme de abacate e biscoito de chocolate sem recheio triturado

Salada de frutas variadas cor de laranja no potinho decorado...

... ou decorada nas tacinhas com chantilly ou sorvete de creme

Para as bebidas

Aranhas de plástico ficam sinistras dentro dos cubos de gelo!

Dá pra colocar minhocas de gelatina nos cubos de gelo

Ou gelar as bebidas com uma luva descartável nova e limpa!


Festa com sal, para todos os gostos e tamanhos!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Receita: Hambúrguer caseiro


Mais uma receita simples, prática, rápida, com poucos ingredientes, nutritiva e saborosa no Fome de quê?! É uma ótima opção para dar uma cara diferente ao bife de sempre do almoço e jantar ou uma alternativa saudável para aquele hambúrguer industrializado, cheio de sódio, gordura, aromatizantes, conservantes, estabilizantes do lanche.

Além de fácil fica tão mais gostoso com carne de verdade que você não vai mais querer saber de comprar os congelados encaixotados. E aposto que as crianças vão aprovar!

Ingredientes:
  • 500 g de carne moída (utilizei acém, mas pode ser contrafilé)
  • 1 cebola média picada ou ralada
  • 2 colheres (sopa) de cebolinha picada
  • 2 colheres (sopa) de salsinha picada
  • 2 colheres (sopa) de molho inglês, vinagre ou suco de limão
  • 2 dentes de alho picados
  • Pimenta do reino e sal a gosto
  • 1 colher (sopa) de óleo para untar a assadeira ou frigideira

Modo de preparo:
  • Em um recipiente misture a carne moída, a cebola, cebolinha e salsinha picadas, o molho inglês (ou vinagre ou limão), alho e a pimenta do reino. Só não misture o sal ainda (caso contrário a carne desidrata e o hambúrguer fica duro e pequeno).
  • Amasse com as mão até ficar homogêneo.
  • Separe a mistura em 8 bolinhas de tamanhos iguais e amasse (achate) com as mãos até ficar com formato de hambúrguer.
  • Asse até dourar ou frite com pouco óleo, adicionando o sal, e sirva.

Como é muito fácil de fazer, vou contar como fritei o meu hambúrguer, para não exagerar na quantidade de óleo e ficar profissional!

1- Escolha uma frigideira ou panela GRANDE. Se a panela for muito pequena ou se você colocar muitos hambúrgueres juntos, a carne vai juntar água e vai cozinhar e não selar e deixa-los tostadinhos.
2- Prefira uma frigideira ou panela ANTIADERENTE. Caso contrário você terá que utilizar muito óleo para que os hambúrgueres não grudem. Se você não tiver, recomendo assá-los.
3- O óleo deve estar QUENTE. Para o 1º hambúrguer, coloque pouca quantidade de óleo na frigideira (1 colher de sopa) ou panela e deixe por 1 minuto em fogo médio-alto. Isso vai ajudar a selar a carne e mantê-la mais suculenta e tostada. Para os demais não precisa, o óleo já estará quente e não há necessidade de adicionar óleo a cada hambúrguer, a quantidade inicial é suficiente.
4- A hora certa de adicionar o SAL. Assim que o hambúrguer começar a se desgrudar do fundo da frigideira (aproximadamente 3 a 5 minutos) vire e aí sim adicione o sal. Aguarde mais 3 a 5 minutos e voilà! Está pronto, douradinho e sequinho!

Dificuldade: Fácil
Rendimento: 8 unidades
Tempo de preparo: 20 minutos

Com pão de hambúrguer integral, alface, tomate uva, repolho ralado, cenoura ralada, cebola roxa em rodelas, queijo, abacate picado e mostarda.
Dicas:
  • A receita rende 8 discos de hambúrguer. Caso sobre, embale os hambúrgueres ainda crus individualmente em papel filme (aqueles de plástico) e guarde no congelador (sem o papel filme, bifes, hambúrgueres e pedaços de carne se fundem quando congeladas, formando um único bloco). Recomendo colocar uma etiqueta com a data em que foram feitos e consumi-los em até 3 meses.


  • Outros temperos que combinam muito bem são: molho de pimenta, mostarda, gengibre, wasabi e ervas frescas.


Um jeito descontraído de incluir ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas na alimentação.

Use a criatividade e bom apetite!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Não somos tabelas nutricionais ambulantes!


Alimentar-se de maneira saudável é, sem sombra de dúvida, essencial para manter uma boa saúde. No entanto, muito se fala sobre nutrientes, propriedades funcionais, substâncias com poder de cura, que matam, e pouco se fala sobre COMIDA de verdade.

Apesar de um tema muito atual, Hipócrates, 460 a.C. –  370 a.C., já fazia esta associação. Quem não conhece a célebre frase "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio"? Deviam chama-lo não só de “pai da medicina” mas também de “pai do Globo Repórter”...

Os programas “tradicionais” de culinária foram assolados pelos programas de “nutrição funcional”. Se há pouco tempo o foco dos programas era a receita, hoje é apenas o pano de fundo deste grande teatro de nutrientes.

Outro dia, enquanto preparava um prato, a nutricionista Bela Gil disse que cebola era diurética. Conversando com colegas nutricionistas, uma delas levantou a questão: alguém come cebola porque é diurética? Ou simplesmente porque é um tempero saboroso muito apreciado na culinária brasileira? Ou porque combina com a receita? Ou porque as pessoas gostam? E vamos combinar: pra obter o efeito diurético, haja cebola!...

Fora as informações desencontradas... É complicado dizer que a aveia não contém glúten sendo que as comercializadas no Brasil têm glúten, e que, por este motivo, a associação dos celíacos do Brasil (Acelbra) veta o consumo de aveia, dentre outros cereais, para essas pessoas. Já pensou se algum celíaco achar que agora está liberada porque viu na TV?

Ou então que é melhor utilizar a batata baroa (mandioquinha) porque batata inglesa tem uma toxina... Nunca vi ninguém morrer ou passar mal degustando um escondidinho de batata com carne moída na TV (nem fora dela)! O louro José está aí até hoje...

Essas informações têm muito a ver com a nutrição norte-americana, onde é muito presente o “nutricionismo”, ou o “terrorismo nutricional” (e nem por isso os americanos estão/são mais saudáveis, lembra?).

Todo alimento, todo ingrediente precisa estar lá porque tem alguma propriedade nutricional? Mesmo porque, para obter o resultado esperado, precisamos levar em consideração a quantidade (tamanho da porção ingerida), a biodisponibilidade dos nutrientes e a frequência com que comemos os alimentos fonte de X, Y, Z.


O que aconteceu com o conceito da cozinha maravilhosa da Ofélia? E o que há de errado com as comidinhas caseiras e deliciosas da Palmirinha? Aliás, não deixe minha avó saber que sou fã da Palmirinha, ela me mata – concorrência, sabe como é... Nos programas de culinária vemos um pouco de tudo: carnes, leite, vegetais, frutas, massas, batata baroa... Mas também a batata inglesa!


Confesso que boa parte das informações que circulam na mídia eu desconheço. Sou uma má profissional por não recomendar o consumo de limão porque este alcaliniza o sangue? Por não saber de cor a composição química por 100 gramas ou por porção do agrião?

Certa vez, perto do Natal, comentei com alguém que minha fruta preferida é a lichia. Sabendo que eu sou nutricionista a pergunta veio como um raio “Lichia é boa pra quê?”. Boa pra mim! Juro que eu não como lichia pela baixa densidade calórica ou pelo teor de vitamina C e água. Eu como LICHIA. Porque é uma fruta. Comi porque era Natal. E porque é a minha favorita!

Só não foi pior do que quando minha tia avó, que há anos chupa laranja todos os dias depois do almoço, me disse que viu na TV que laranja tem pectina...

Cri cri cri cri cri...

Nitidamente aquela informação não significava NA-DA pra ela, que continuou chupando a laranja.

Dietética, técnica dietética e dietoterapia fazem parte da grade curricular de todo curso de nutrição. Com os estudos e com a prática clínica acabamos por memorizar informações nutricionais sobre alguns alimentos, as porções por medidas caseiras, a característica dos grupos alimentares da Pirâmide Alimentar, da roda dos alimentos, alimentos ricos em fibras, vitaminas, gorduras, pra que servem as fibras, vitaminas, gorduras, etc. No entanto, “comemos alimentos, não nutrientes!” – foi essa inclusive uma das primeiras lições aprendidas quando fiz especialização em transtornos alimentares.

Deixe os nutrientes com o nutricionista e fique com a comida.


O nutricionista conhece o suficiente para aplicar o conhecimento necessário para cada caso. Não espere que saibamos a composição centesimal, peso, calorias, vitaminas A, B, C, D, E, K, cálcio, ferro, zinco, molibdênio de todos os sei-lá quantos alimentos naturais e industrializados que existem!

Mas não julgue o nutricionista por desconhecer a função da pitaia. Não espere de mim o molibdênio! As tabelas nutricionais, guias, diretrizes, livros, artigos científicos estão aí para serem consultados. Não somos tabelas nutricionais ambulantes!

Referências:

Acelbra [Internet]. [acesso em 2014 Oct 1]. Disponível em: http://www.acelbra.org.br

Machado RMD, Toledo MCF. Determinação de glicoalcalóides em batatas in natura (Solanum Tuberosum L.) comercializadas na cidade de Campinas, Estado de São Paulo [Internet]. Ciênc. Tecnol. Aliment. 2004; 24(1): 47-52. [acesso em 2014 Oct 1]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cta/v24n1/20040.pdf


Dedico este post para as colegas de faculdade Fernanda Agapito e Andrea Toledo. Continuem exercitando a crítica e estimulando discussões e reflexões sobre nossa profissão. É bom saber que não estamos sozinhos nadando contra a corrente.