quarta-feira, 14 de maio de 2014

Pra que serve o nutricionista?


Pra emagrecer pessoas, obviamente!

Muitos me procuram querendo emagrecer. Emagrecer com saúde e sem abrir mão daquilo que lhes dá prazer, claro.

Tenho todo respaldo de uma literatura científica para orientá-los:

Cardápio? Depende... E seu livre arbítrio de não querer comer couve-flor hoje?

Suplementos? Depende... E se você experimentar 5 alimentos diferentes na sua alimentação até semana que vem?

Suco verde, gojy berry, chia? Depende... Você gosta?

Com o tempo melhoram a distribuição das refeições, a hidratação, a relação com a comida, a qualidade da alimentação e consequentemente a qualidade de vida – o intestino funciona melhor, a glicemia, colesterol, triglicérides e pressão se normalizam, o humor melhora, as crenças relacionadas à alimentação são desfeitas, a autoestima melhora... Mas não perdem peso necessariamente... E desistem do tratamento porque não funcionou.

Para! Para tudo! Tá tudo errado!

Antes de qualquer coisa o nutricionista é um profissional da saúde!

É claro que o objetivo do paciente é prioridade no atendimento, e claro que muitas vezes a obesidade precisa ser tratada para reduzir possíveis danos, mas as medidas adequadas para perda de peso são as mesmas para recuperação e/ou manutenção da saúde dos indivíduos (que geralmente são os objetivos secundários)! Talvez a velocidade e quantidade da perda de peso podem ficar aquém das expectativas do paciente e isto gera frustração.

Porém, cabe ao nutricionista verificar a existência de fatores genéticos, ambientais e psicossociais que possam limitar este processo, ressaltar todas as conquistas do paciente ao longo do tratamento, enfatizar todo o aspecto positivo na saúde do paciente, dar autonomia (alta) para que o paciente possa fazer suas próprias escolhas e, de repente, investigar a importância/prioridade do peso na vida da pessoa.


Eu poderia prescrever uma "dieta" calculada, bonitinha, com o mínimo de calorias possível, restritiva, onde não coubesse prazer. Até os próprios pacientes já conhecem o resultado disso – vão seguir por algum tempo e na primeira “escapada” vão desistir e ganhar todo o peso (e mais um pouco) depois.

Não quero enganar ninguém, não é isso que funciona em longo prazo (para o resto da vida), não foi isso que aprendi, não é nisso em que acredito e dietas podem ser perigosas – “nem toda dieta leva a um transtorno alimentar, mas todo transtorno alimentar começa com uma dieta”.


Para tudo isso existe uma banca de jornal mais perto de você.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Comer ou não comer, eis a questão! 10 maneiras de evitar o consumo de agrotóxicos


Que frutas, verduras e legumes são ricos em água, fibras, vitaminas, minerais e outras substâncias benéficas ao organismo, como antioxidantes, por exemplo, todo mundo já sabe! E se consumidos com a casca melhor ainda, não é mesmo? Sucos verdes então, nem se fale, estampam capas de revistas, são um sucesso!

Mas e a questão dos agrotóxicos, como fica?

1 – Alimentos orgânicos

Pois é, de nada adianta se empanturrar de um suco verde que transborda agrotóxicos! Alimentos orgânicos estão cada vez mais acessíveis mas mesmo assim não é todo mundo que tem condições de comprá-los. Se o problema é o acesso a estes produtos, no site do idec você encontra o mapa das feiras orgânicas de todo o Brasil. Se os orgânicos não são consumidos e se não são utilizadas técnicas para reduzir a carga de defensivos agrícolas nos vegetais comuns, isto é um problema.



A doença mais conhecida relacionada à exposição frequente e excessiva de agrotóxicos é o câncer, mesmo porque infelizmente ainda existe o abuso de pesticidas que não são autorizados pela Anvisa.

Outras complicações decorrentes destas substâncias estão sendo estudadas, sobretudo problemas do sistema nervoso – em 2010, a Academia Americana de Pediatria fez uma pesquisa com 1.100 crianças e constatou que as 119 que apresentavam transtorno de déficit de atenção tinham resíduo de organofosforado (uma molécula usada em agrotóxicos) na urina acima da média de outras crianças.

2 – Alimentação variada

Mas calma, entre “comer” e “não comer”, comer é a minha indicação como nutricionista, pois a quantidade de pesticidas nunca é igual em todos os alimentos, então, em uma alimentação variada, tendemos a ingerir mais substâncias benéficas do que tóxicas.

A chave para uma boa alimentação é a variedade, não é bom apostar todas as nossas fichas em um determinado alimento, porque se hoje é “um santo remédio”, com o avanço das pesquisas, amanhã pode não ser, e se a ingestão for moderada não haverá o que temer.

3 – Ranking da Anvisa

Outro ponto importante é ficar atento às listas da Anvisa com o ranking dos alimentos com maior quantidade de agrotóxicos. Se comprar alimentos orgânicos for inviável, evite o consumo dos alimentos do topo do ranking (figura) e acompanhe a lista periodicamente. Esta última é de 2011.

Clique na imagem para ampliar

4 – NÃO lave os alimentos logo que chegar em casa.

Em temperatura ambiente e com a água da lavagem, os resíduos de agrotóxico da casca penetram no interior do vegetal. Guarde-os na geladeira por cerca de 2 horas e aí sim proceda a higienização.

5 – Retire as folhas externas e dobras dos vegetais

Após a higienização, retire as partes mais externas e de difícil acesso na lavagem (dobras e depressões, onde fica o cabo das frutas, na junção entre folhas, etc) porque são áreas onde os defensivos agrícolas se acumulam com maior facilidade.

6 – Esfregue bem as cascas

Alimentos como cenoura, beterraba, laranja, mamão, etc devem ter a casca bem escovada, mesmo que não forem consumidas, para evitar o contato do agrotóxico de fora com a polpa ao cortar.

7 – Evite comprar alimentos com a casca “machucada”

Neste caso, é muito provável que o pesticida já tenha entrado na polpa do vegetal, e não há o que fazer.

8 – Tomate

A melhor escolha é o tomate maduro – além de apresentar maior teor de vitaminas, o tomate maduro contém menos agrotóxico, pois se degradam com o passar do tempo.

Além disso, aquela pele lisinha, brilhante da casca do tomate é uma cera bactericida e fungicida e portanto a dica 6, de esfregar bem a casca, se aplica aqui.


9 – Bicarbonato de sódio

Coloque os vegetais inteiros (sem cortar, descascar) numa solução de 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio para 1 litro de água, deixe por 1 hora e enxague em água corrente.

Este método não elimina os micro-organismos, apenas reduz a quantidade de agrotóxicos, por isso a higienização deve ser feita ainda após este processo.

10 – Tintura de iodo a 2%

Coloque os vegetais inteiros (sem cortar, descascar) numa solução de 5 ml de tintura de iodo a 2% para 1 litro de água, deixe por 1 hora e enxague em água corrente. Este produto encontra-se em farmácias.

Este método não elimina os micro-organismos, apenas reduz a quantidade de agrotóxicos, por isso a higienização deve ser feita ainda após este processo. Não há necessidade de proceder com este passo caso o bicarbonato de sódio tenha sido utilizado.

Seu madruga já sabia...
Higienização

Falo tanto da higienização dos vegetais e nunca expliquei como proceder.

Este processo é necessário para todos os vegetais que forem consumidos crus (frutas, verduras, legumes) e visa eliminar os micro-organismos causadores de doenças gastrintestinais (bactérias, vírus, fungos e vermes), mas não eliminam o agrotóxico, apenas pequena parte dele, sendo necessário, portanto, o passo 9 ou o 10.

Lave os vegetais em água corrente até sair toda a sujeira aparente (terra, etc). Use uma escovinha ou esponja, se necessário (cascas sujas). Coloque os vegetais inteiros (sem cortar, descascar) numa solução de 1 colher de sopa de água clorada (água sanitária ou hipoclorito de sódio) para 1 litro de água, deixe por 15 minutos e enxague em água corrente.


Muitas pessoas higienizam os vegetais com 5 colheres de sopa de vinagre para cada litro de água. Este método elimina apenas o micro-organismo do cólera, mas não elimina outras bactérias, vírus, fungos e vermes.



terça-feira, 6 de maio de 2014

Feliz Dia Internacional Sem Dieta!


O Dia Internacional Sem Dieta (DISD) iniciou-se com a feminista britânica Mary Evans Young, em 6 de maio de 1992, em resposta ao bullying, relacionado ao peso, que ela sofreu na escola e às frequentes conversas relacionadas a peso e dieta no mundo e ao seu redor. O Dia Sem Dieta é uma celebração anual da aceitação corporal e da diversidade de biotipos.

Os principais objetivos no DISD (Dia Internacional Sem Dieta) são:
  • Questionar a ideia da existência de um corpo “perfeito”;
  • Conscientizar sobre o preconceito à obesidade e fobia de ganhar peso;
  • Declarar um dia de folga das dietas e obsessões sobre o peso;
  • Apresentar os fatos sobre a indústria da dieta, enfatizando a ineficácia das dietas;
  • Mostrar como as dietas perpetuam a violência contra as mulheres;
  • Homenagear as vítimas de transtornos alimentares e das cirurgias para perda de peso.

Pergunte-se: "Quão diferente seria minha vida se fosse livre de dietas?"



Fonte: Eating Difficulties Education Network (EDEN). Diet-Free Day [Internet]. [acesso em 2014 May 6]. Disponível em http://www.eden.org.nz/events/diet-free-day/