A imigração japonesa é
recente, de 1908, naquele tempo a culinária encontrou algumas barreiras, mas
aos poucos foi conquistando seu espaço, até virar febre nas metrópoles
brasileiras, onde ir a um restaurante japonês se tornou um programa certeiro
para um jantar romântico, um encontro entre amigos, uma refeição com a família ou
colegas de trabalho.
Leve, colorida e caprichada,
traz uma combinação de ingredientes como salmão, atum, peixe branco, kani, tofu, pepino, repolho, acelga,
nabo, cenoura, gengibre, gergelim, nori
(alga), cebolinha, shimeji (tipo de
cogumelo), manga, wasabi (tempero)...
São preparações de encher os olhos e dar água na boca!
wasabi |
Pela diversidade de cores e
alimentos, há grande variedade de vitaminas e minerais.
Salmão e atum são peixes
ricos em ômega-3, um tipo de óleo que está associado à redução da inflamação,
prevenção de doenças cardiovasculares, redução dos triglicérides e ao aumento do
HDL (colesterol “bom”). Para a manutenção da qualidade de vida e atingir as
recomendações deste nutriente, devemos consumir peixes pelo menos 2 vezes na
semana, independentemente da culinária ou forma de preparo.
Nori, a
alga amplamente utilizada nas preparações, é rica em proteínas, fibras, iodo,
ferro, vitamina A e vitaminas do complexo B, sendo uma boa coadjuvante para
aumentar os nutrientes da nossa alimentação, já que a ingerimos em pequenas
quantidades.
Nori |
Outro alimento muito
utilizado na culinária japonesa é o tofu, que apesar do sabor neutro, quase
imperceptível, fornece cálcio e proteínas.
Com tanta informação, o que
é importante considerar para nossa saúde?
Higiene em primeiro lugar! As
condições higiênico-sanitárias do estabelecimento são essenciais! Alimentos
crus, como muitos são servidos, não têm a chance de que os micro-organismos
(bactérias, vírus e fungos) sejam eliminados pelo calor da cocção. Por este
motivo, gestantes não devem comer carnes cruas ou mal cozidas. Recomenda-se um
restaurante confiável, com funcionários treinados, que seguem normas de higiene,
boas práticas e que os alimentos sejam de boa procedência.
Rodízio é uma situação onde
ficamos expostos a grande quantidade e variedade de alimentos – precisamos
planejar o que vamos comer. Nós já vimos aqui a importância desta etapa para evitar exageros. Se você não tem o
hábito de planejar suas refeições, parece que fazê-lo é gastar muita energia e
tempo pensando nisso, e muitas vezes parece penoso, difícil, mas com o tempo
esta etapa se tornará algo automático.
Alguns restaurantes
trabalham com o esquema de buffet, o
que facilita a montagem de um único prato. Na impossibilidade de colocar todas
as preparações no prato, tente pegar pequenas porções de cada alimento.
Geralmente os garçons perguntam o que deverá trazer à mesa, ou você pode visualizar
as opções no cardápio. Para evitar desperdícios e exageros, alguns
estabelecimentos cobram até taxas para alimentos deixados no prato.
Não tenha pressa, coma
devagar. Preste atenção no capricho da apresentação dos pratos, saboreie as
preparações. Se estiver entre conhecidos, aproveite a ocasião para colocar a
conversa em dia.
Dê preferência a preparações
cruas, como sushi, sashimi, uramaki, niguiri, temaki, etc (foto).
Exemplo 1. Sushis, sashimis, uramakis, niguiris. |
Exemplo 2. Sushis, sashimis, uramakis, niguiris. |
uramakis (embaixo), sushis (em cima) |
A versão frita do sushi,
conhecida como hot roll, deve ser
evitada, bem como outros alimentos fritos, como por exemplo o tempurá, o guioza e o rolinho
primavera (que apesar de ser chinês, é servido em restaurantes de culinária
japonesa). Isto não significa que você deve passar vontade – evitar é diferente
de “não coma nunca!” e de “enfiar o pé na jaca”.
hot roll |
Tempura |
Guioza (chinês) |
Rolinho primavera |
Missoshiro
(caldo), shimeji e yakisoba (também da culinária chinesa) são
pobres em gorduras e ricos em vitaminas e minerais, no entanto, devem ser
consumidos com moderação, pois dependendo da forma de preparo, podem conter
muito sódio.
missoshiro |
shimeji |
yakisoba (chinês) |
Como a maioria das
preparações é consumida com molho à base de soja, prefira consumir a versão light, que apesar de ter menos sódio que o tradicional ou Premium,
ainda tem muito sódio. Não regue o recipiente todo de molho de soja – uma
quantidade equivalente a aproximadamente 1 colher de sopa costuma ser
suficiente para todas as preparações. Caso não seja, repita a quantidade. Isto
permite que você controle a quantidade de molho (e sódio) que consumiu.
O sódio, quando consumido em
excesso, pode elevar a pressão arterial, causar hipertensão arterial (pressão
alta) e complicações como AVC (acidente vascular cerebral), infarto e doença
renal crônica.
Comida japonesa: você está fazendo isso errado (mas de maneira muito engraçada!) |
Referências:
Departamento de
Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. IV Diretriz Brasileira
sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol. 2007;88 Suppl1:1-19.
Cadernos de Atenção Básica –
Hipertensão Arterial Sistêmica [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde. 2006.
[acesso em 2013 Jun 13]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica15.pdf
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