A introdução de alimentos à
dieta deve ser iniciada no 6º mês de vida como complemento do aleitamento e tem
a função de complementar o valor calórico e diversificar a oferta de
nutrientes, essenciais ao crescimento e desenvolvimento normais da criança.
Para muitos pais, é aí que
surge uma das maiores preocupações. Conforme a criança cresce, em alguns casos,
a hora da comida se transforma em uma verdadeira batalha.
Antes de qualquer coisa precisamos
entender que nosso hábito alimentar é influenciado por vários fatores,
ambientais e genéticos, e pode ser moldado ao longo da vida.
Das dificuldades que podem
surgir, como por exemplo a resistência da criança em comer certos alimentos e a
preferência por outros, inapetência, influência de amigos na escola, as
consequências podem ser a obesidade ou a desnutrição.
Além destas, podemos
destacar a anemia. No Brasil, a prevalência em crianças menores de 5 anos é de
30% a 70% dependendo da região. Boa parte disso deve-se ao fato de que muitas
vezes as refeições são substituídas por laticínios. “Meu filho come pouco arroz
e feijão, mal tocou no bife, então ofereço um iogurte, que é um alimento
saudável”. É a velha história de que o laticínio “vale por um bifinho”, um slogan difícil de ser vencido.
De fato leites e derivados
são importantes fontes de cálcio, excelentes para o desenvolvimento dos ossos.
Porém, o cálcio compete por absorção com o ferro (do feijão, da carne, das
verduras verde escuras). Então o pouco do ferro que a criança ingeriu na
refeição não será absorvido na quantidade que deveria.
Para auxiliar na educação
alimentar das crianças, a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica) publicou os “10 erros que não devemos
cometer na educação alimentar da criança”.
1.
Dizer sempre sim: A criança sem limites vai abusar das
calorias e das guloseimas. Devemos ter um dia por semana e situações em que
podemos ser mais liberais.
2.
Lanches fora de hora: O ideal são 6 refeições diárias e evitar as
beliscadas fora desses horários.
3.
Oferecer comida como recompensa: “Coma toda a sopa para
ganhar a sobremesa”. Passa a ideia de que tomar sopa não é bom e que a
sobremesa é que é o máximo.
4.
Ameaçar castigos para quem não cumpre o combinado: “Se
não comer a salada não vai ganhar presente”. Isso somente vai aumentar o ódio
que a criança sente das saladas.
5.
Brincadeiras na mesa: Hora de comer é hora de seriedade, evitar
fazer aviaozinho. Muito mimo é sinônimo de muita manha.
6.
Ceder ao primeiro não gosto disso: a criança tem uma tendência
a dizer que não gosta de uma comida que ainda não provou. Cada um pode comer o
que quiser, mas pelo menos experimentar não custa nada.
7.
Substituir refeições: Não quer arroz e feijão, então toma uma
mamadeira. Esse erro é muito comum, e se a criança conseguir uma vez, vai
repetir esta estratégia sempre.
8.
Tornar a ida a uma lanchonete um programão: A comida de casa
fica sem graça.
9.
Servir sempre a mesma comida: A criança só toma iogurte,
então passa o dia todo tomando iogurte. Vai enjoar, vão faltar nutrientes, vão
faltar fibras.
10.
Dar o exemplo: Não adianta mandar tomar sucos e somente
beber refrigerantes.
Referências:
Ministério da Saúde. Saúde
da criança: Nutrição Infantil: aleitamento materno e alimentação complementar.
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica [Internet]. 1ª
ed. Distrito Federal: 2009; [acesso em 2013 Nov 15]. 112 p. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf
ABESO. Dicas: erros que não
devemos cometer na educação alimentar da criança [Internet]. [acesso em 2013
Nov 15]. 1 p. Disponível em: http://www.abeso.org.br/pagina/27/::+10+erros+que+nao+devemos+cometer+na+educacao+alimentar+da+crianc.shtml
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