sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sugestão de Filme: Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream, 2000)




Final de semana chegando, que tal um filminho?

Já sugeri aqui as animações Mary e Max e Wall-e, mas a sugestão de hoje, de animada não tem nada... É um dos filmes mais incríveis e pesados que eu já assisti.

Réquiem para um Sonho teve 1 indicação ao Oscar e 1 indicação ao Globo de Ouro de 2001, ambos na categoria de melhor atriz para Ellen Burstyn.

O filme é um drama, se passa em 3 estações do ano (verão, outono e inverno) e conta a história de basicamente 3 personagens: uma senhora viúva chamada Sara Goldfarb (Ellen Burstyn), seu filho Harry Goldfarb (Jared Leto) e a namorada de Harry, Marion Silver (Jennifer Connelly). Apesar de pertencerem ao mesmo núcleo, as histórias desses personagens aparentemente tão diferentes irão convergir para um único destino: o vício.

Harry e Marion são viciados em heroína, enquanto Sara ingenuamente sucumbe ao vício em remédios para emagrecer (anfetamina) e remédios para dormir.

A genialidade do filme está também no fato de que, no início do filme, todos parecem radiantes como o verão, e, ao final da trama (que se dá no inverno), assim como a paisagem invernal dos EUA, os personagens encontram-se sem cor, sem viço e sem vigor.

Como nutricionista aconselho que prestem atenção na história desta personagem...


 
Para os desavisados até parece exagero pensar que um simples desejo, como o de emagrecer uns quilinhos, pode causar um estrago de grandes proporções, mas esta é a história de Sara (e de muitas Saras)...

Assim que surgiu a possibilidade de participar de seu programa favorito na TV, a viúva ficou obcecada em entrar em um vestido vermelho que usou há muitos anos na formatura de seu filho, o tal vestido que era muito elogiado por todos, especialmente pelo marido. Sara encontrou na motivação de emagrecer pra “ficar bonita na TV” algo prazeroso capaz de abafar a solidão e o sofrimento da perda do marido, mesmo que isso lhe custasse a saúde física e mental.

Quantas “Saras” desejam emagrecer para a festa do casamento da prima?

Quantas “Saras” desejam emagrecer para entrar naquele biquíni e “curtir as férias”?

Quantas “Saras” arriscam a vida em busca de um corpo inatingível (“perfeito???”)?

Quantas “Saras” fazem dieta? E quantas intencionalmente passam fome?

Quantas “Saras” resolvem tomar, por conta própria, um remedinho falado na mídia ou aquele mesmo que a vizinha toma?

E quantas revistas de dieta não oferecem a fantasia da perda de peso de forma rápida e ineficaz? (Quer dizer, “ineficaz” foi por minha conta, as revistas nunca seriam assim, tão honestas. Se fossem, as vendas seriam um fracasso).

E o quanto nós, profissionais da saúde, somos responsáveis por isso? Quantos profissionais da saúde focam o tratamento na perda de peso sem que o peso seja a principal e real questão? Quantos nutricionistas prescrevem dietas restritivas sem necessidade? Quantas academias e educadores físicos insistem em estratégias de adesão rápidas do tipo “o verão está chegando”?

Como ter um "corpo de praia"? 1. Tenha um corpo 2. Vá à praia - (*beach body refere-se a um estereótipo de "corpo perfeito" ou "adequado" no contexto de ir à praia)

Que tipo de profissional queremos ser?

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