Final de semana chegando, que
tal um filminho?
Já sugeri aqui as animações
Mary e Max e Wall-e, mas a sugestão de hoje, de animada não tem nada... É um dos
filmes mais incríveis e pesados que eu já assisti.
Réquiem para um Sonho teve 1
indicação ao Oscar e 1 indicação ao Globo de Ouro de 2001, ambos na categoria
de melhor atriz para Ellen Burstyn.
O filme é um drama, se passa
em 3 estações do ano (verão, outono e inverno) e conta a história de
basicamente 3 personagens: uma senhora viúva chamada Sara Goldfarb (Ellen
Burstyn), seu filho Harry Goldfarb (Jared Leto) e a namorada de Harry, Marion
Silver (Jennifer Connelly). Apesar de pertencerem ao mesmo núcleo, as histórias
desses personagens aparentemente tão diferentes irão convergir para um único
destino: o vício.
Harry e Marion são viciados
em heroína, enquanto Sara ingenuamente sucumbe ao vício em remédios para
emagrecer (anfetamina) e remédios para dormir.
A genialidade do filme está
também no fato de que, no início do filme, todos parecem radiantes como o verão,
e, ao final da trama (que se dá no inverno), assim como a paisagem invernal dos
EUA, os personagens encontram-se sem cor, sem viço e sem vigor.
Como nutricionista aconselho
que prestem atenção na história desta personagem...
Para os desavisados até
parece exagero pensar que um simples desejo, como o de emagrecer uns quilinhos,
pode causar um estrago de grandes proporções, mas esta é a história de Sara (e
de muitas Saras)...
Assim que surgiu a
possibilidade de participar de seu programa favorito na TV, a viúva ficou
obcecada em entrar em um vestido vermelho que usou há muitos anos na formatura
de seu filho, o tal vestido que era muito elogiado por todos, especialmente pelo
marido. Sara encontrou na motivação de emagrecer pra “ficar bonita na TV” algo prazeroso
capaz de abafar a solidão e o sofrimento da perda do marido, mesmo que isso lhe
custasse a saúde física e mental.
Quantas “Saras” desejam
emagrecer para a festa do casamento da prima?
Quantas “Saras” desejam
emagrecer para entrar naquele biquíni e “curtir as férias”?
Quantas “Saras” arriscam a
vida em busca de um corpo inatingível (“perfeito???”)?
Quantas “Saras” fazem dieta?
E quantas intencionalmente passam fome?
Quantas “Saras” resolvem
tomar, por conta própria, um remedinho falado na mídia ou aquele mesmo que a
vizinha toma?
E quantas revistas de dieta
não oferecem a fantasia da perda de peso de forma rápida e ineficaz? (Quer
dizer, “ineficaz” foi por minha conta, as revistas nunca seriam assim, tão
honestas. Se fossem, as vendas seriam um fracasso).
E o quanto nós,
profissionais da saúde, somos responsáveis por isso? Quantos profissionais da
saúde focam o tratamento na perda de peso sem que o peso seja a principal e
real questão? Quantos nutricionistas prescrevem dietas restritivas sem
necessidade? Quantas academias e educadores físicos insistem em estratégias de
adesão rápidas do tipo “o verão está chegando”?
Como ter um "corpo de praia"? 1. Tenha um corpo 2. Vá à praia - (*beach body refere-se a um estereótipo de "corpo perfeito" ou "adequado" no contexto de ir à praia) |
Que tipo de profissional
queremos ser?
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