Sim, você está lendo o blog certo.
Não, você não leu o título errado. E sim, este é um blog de nutrição. Mas a
proposta é também compartilhar outras coisas de outras áreas de interesse que têm
algo a acrescentar no campo da nutrição.
Sem dúvida, Mary e Max é um dos filmes
mais tocantes que já assisti e me fez refletir sobre minha postura como nutricionista.
Trata-se de um longa-metragem de
animação do tipo stop-motion que conta uma emocionante história de amizade entre
duas pessoas aparentemente muito diferentes: Mary, uma australiana solitária de
apenas 8 anos, e Max, um nova-iorquino de 44 anos, diagnosticado com Síndrome de Asperger.
Entre correspondências e chocolates,
Mary e Max literalmente alimentam a amizade e lealdade, descobrem afinidades e propõe
soluções para os problemas do outro.
Max é também retratado como um adulto
obeso, que frequenta o grupo dos “Comedores Anônimos”, e, apesar disso, não obtém
êxito na perda de peso. Este fato é totalmente compreensível quando observamos
as diretrizes do grupo: nas cenas, é possível visualizar frases como “Deus
odeia pessoas gordas” e “Chocolate não é um grupo alimentar”. Logo, comer chocolate,
que é sua iguaria favorita, significa “quebrar as regras”, e ninguém se sente
confortável em um grupo “de apoio” onde pessoas te julgam como se você fosse um
criminoso! Ora ora... Infringindo as leis, hum?! Sentindo-se ansioso, Max encontra
conforto na comida.
Atualmente sabemos que a obesidade é
multifatorial (fatores genéticos, endócrinos, ambientais, socioculturais,
psicológicos e psiquiátricos), dependendo das causas o tratamento deve ser interdisciplinar
e o tratamento nutricional deve visar a perda/manutenção do peso a uma faixa
considerada saudável e em metas realistas, possíveis.
É necessário buscar o
reestabelecimento de um comportamento alimentar adequado com base na reeducação
alimentar, priorizando uma alimentação de qualidade (incluindo porções de alimentos
de todos os grupos de alimentos, estabelecimento de horários para as refeições,
etc), retirando o foco das atitudes inadequadas e enfatizando as conquistas do
paciente.
O filme aborda ainda temas como abuso
de substâncias lícitas, alcoolismo, bullying, religião, sexualidade, diferenças
culturais, saúde mental, entre outros.
Informações:
Não recomendado para menores de 12
anos
Tema: amizade
Contém: consumo de drogas lícitas
Referências:
Pisciolaro F, Azevedo AP. Transtornos
alimentares e obesidade. In: Alvarenga M, Scagliusi FB, Philippi ST. Nutrição e transtornos alimentares.
1ªed. Barueri, São Paulo: Manole; 2011. p.85-98.
Molinari E, Baruffi M, Croci M, et al.
Binge eating disorder in obesity: comparison of different therapeutic
strategies. Eat Weight Disord. 2005;(10):154-161.
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